A inspiração não parece estar presa ao momento difícil em que se passa; pelo contrário, em muitos casos ela vem exatamente devido àquele momento que se vive. O que acham?!
A segunda percepção é que, a inspiração trabalha inclusive com a falta dela própria; com efeito, o sujeito pensa que não está inspirado, mas está impulsionado a falar sobre a própria inspiração. Pode ser que este texto esteja sendo criado sob essas tais circunstâncias.
Mas é possível compreender perfeitamente que na maioria dos casos em que se diz existir a falta de inspiração, se fala acerca de um nicho específico. Pode ser sobre a continuidade de uma história ou de um projeto. Seja qual for o bloqueio criativo, busque a inspiração ardentemente.
Paulo de Tarso, vai dizer o segredo para a quebra de barreiras é zelo, o cuidado, paixão ardente. Tudo que se aproxima do fervor é transformado (Rm 12:11). Achegue-se o desejo de escrever ao calor ardente da paixão e do zelo.
A inspiração para escrever é o melhor estado da alma, mesmo nos piores momentos. Apesar disso, não há maior inimigo para tal coisa do que a falta de objetivo e a falta do foco. No livro “A vida intelectual”, aprendi que distrações na mente como: falta de concentração, pensamentos exacerbados sobre dívidas, relacionamentos complicados, vícios sexuais, etc, são limitadores da inspiração adequada sobre algo que se faça ou que se pretende fazer.
Uma mente que não desliga, que não encontra paz, não é a mente que se espera para a maior parte dos escritores. Tal estado mental é como erva daninha em meio a grama verde, no menor descuido, mata o mais forte e lindo gado.
Apesar dessa nuvem densa, desse turbilhão na mente, ainda assim, é possível reafirmar o que foi dito no início do texto: a inspiração não está presa ao momento difícil que se vive. Percebe-se que ela virá a qualquer momento, seja sobre o que se pretende falar em seu projeto, ou até mesmo do impulso para falar sobre a falta dela. Um escritor não sabe, a priore, os seus limites na escrita.
Contudo, digo: não é de bom costume subestimar um escritor que tenha pelo ofício um amor ardente, no momento do bloqueio, ele é como arma emperrada, que ainda assim é uma arma; com o procedimento certo se desemperra, se torna letal; afinal, para isso está projetada.
De igual modo é uma pessoa apaixonada pela arte de escrever. A inspiração flui no caos e se converte em combustível. Tem o poder de transformar os momentos difíceis em esperança, e suas histórias, pensamentos, em flechas cujo o alvo ainda não se sabe a distância.
Por fim, embora este texto não seja de um escritor por ofício, nesses dias, penso ser de alguma valia o que procuro dizer. Este é o objetivo: que te ajude, que some, e, quem sabe te inspire. Liberte-se da mente nebulosa, e te conecta para uma nova perspectiva.
Diz o Padre Sertillanges, do qual recomendo o livro “A vida Intelectual”: todo mundo olha o que eu olho, (…) mas ninguém vê o que eu vejo. Você é único (a), uma escrita é única, inspire-se e seja feliz independente do sucesso, afinal, um escritor está distante da glória, mas sempre perto de transformar o mundo.
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