VAZIO EXISTENCIAL

 

A questão do vazio parece-me comum a todas as pessoas. É normal em algum   momento sentir solidão,  frustração, cansaço físico e psíquico, dentre outros. Concorda? – A correria diária, o  consumismo na Era do ter deixa o nervo à flor da pele e pode levar ao desenvolvimento de um vazio existencial que é resultante da absoluta necessidade de se auto suprir; esse é o momento em que se percebe que a meta a ser alcançada não tem fim e que sempre faltará alguma coisa. 

Apesar dessa correria acentuar o vazio, também não se pode afirmar categoricamente que ele será suprido com bens materiais. É possível verificar essa afirmativa na vida de pessoas que são ou foram economicamente muito ricas como Bill Gates, Steve Jobs e atualmente Jeff Bezos (dono do jornal americano The Washington Post). Seja quem for o homem mais rico do mundo, não creio que seja tão rico como foi o Rei Salomão. Palácios suntuosos,  vinhas,  jardins,  pomares, açudes,  escravos  comprados  e  escravos  nascidos  em  casa,  rebanhos  de  gado  e ovelhas,  prata,  ouro,  cantores  e  cantoras,  mulheres à  farta,  grandeza  e muita  fama  (Ec  2.4-11). E disse: “O  que  aconteceu  antes vai  acontecer  outra  vez,  o  que  foi  feito  antes  será  feito  novamente,  não  há  nada de  novo  neste  mundo”  (Ec  1.9). [..] “tudo é vaidade”. Vale ressaltar, que nem por isso e nem de longe o texto se norteia numa abstenção da riqueza, mas, uma reflexão que embora a aquisição de bens e, portanto a obtenção da riqueza lícita é sempre salutar, ela não é preponderante para a felicidade plena e a inexistência de um vazio existencial, sempre precisará de elementos complementares que amenizam, mas, não é possível erradicar. 
Para Jean Paul Sartre (1905-1980), a existência precede a essência. Significa que é um processo onde o ser humano primeiramente existe e depois se descobre. Com o descobrimento vem a necessidade. Daí então, a pessoa construirá  a  sua  essência a partir da existência, esta  construção será de acordo com as escolhas  feitas observando o conceito de um homem  livre. 
Sob o olhar da psicologia, estudos demonstram que o  vazio  existencial está presente  na  vida  de  todo  ser  humano, seja em  maior  ou  menor  grau. É  sentido e vivenciado  em  inúmeras  circunstâncias  da  existência  humana  e  emerge  diante de  situações  peculiares  e  às  vezes  estressantes  na  vida  da pessoa. Essa condição humana pode ser mais observada em  momentos como, luto e frustrações ocorridas  ao  longo  da  vida.  Ao se deparar com esses momentos, a pessoa poderá ter duas percepções: o sentimento  de  impotência  ou  o sentimento de  ímpeto para ressignificar a sua vida. Na  obra  Ética  a  Nicômaco II,  Aristóteles  (1973,  p.  249),  defende  que  “a felicidade  é  o  maior  bem  desejado  pelos  homens  e  o  fim  das  ações  humanas”. É possível perceber que todo esforço se encerra na conquista do objeto desejado e logo nasce outro. 
Na  busca  ardente  da  satisfação  se  descobre que  o  ter  é  infinito, porém, sonhar  com  o  objeto  de  desejo  é  o contentamento  mais  comum e adequado. Muitos  constroem um caminho  consciente  e  aguerrido;  outros sofrem  com  a  ansiedade se  delongando.  Uns  conseguem,  outros  se  frustram. O  sonho  é  o  combustível  para  lutar,  querer,  acreditar  e  conquistar.  Diante  de uma postura positiva é possível que devido ao curto período de vida humana e as limitações inatas, não seja possível conquistar tudo que se deseja/sonha, mas, por certo se conquistará mais do que aquele que se esmorece e se entrega às circunstâncias adversas. Nesse sentido, em ambas as posturas esse vazio existencial será percebido. “O que  aconteceu  antes vai  acontecer  outra  vez,  o  que  foi  feito  antes  será  feito  novamente,  não  há  nada de  novo  neste  mundo” , pode ser cíclico, pode ser que não haja nada novo, afinal já afirmou também Lavoisier (1743 – 1794) que “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Não há nada de novo no mundo, nada de novo na natureza. 
Quem sabe o segredo para a cauterização do vazio existencial seja o contentamento? –  No contentamento está o grande encontro do sentido da vida e, a busca de sentido é uma vertente estudada pela psicologia por meio da Logoterapia (debruçaremos em outro momento). É esse sentido que orienta e tem em si os elementos necessários para encontrar uma razão para ser feliz. O efeito disso é que a felicidade aparecerá espontaneamente quando encontrar uma razão. Esse pode ser o apontamento e antídoto para o vazio existencial, o que não significa não mais sentir, mas sim, ter uma vida resolvida diante da razão para se viver. 
Tenha uma vida resolvida, diante da razão para se viver!

Vazio Existencial: tenha uma razão para se viver. (globalizado.com.br)

Felicidades!!!
@welllivros


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