Diante das atrocidades de Hitler na Alemanha, um belo dia logo pela manhã Helene recebeu a visita da polícia hitleriana em sua porta. Com poucas satisfações o objetivo seria um só, levar para o campo de concentração o Marido e os 5 filhos de Helene. Embora não fosse obrigada a ir, sabia que na sua ausência seus filhos não teriam nenhuma chance de sobrevivência.
Por ser enfermeira, mas, sobretudo alemã, já no campo de concentração Helene foi escolhida para ser diretora de um jardim de infância dentro do campo, sendo uma forma de amenizar as opressões sofridas ao menos fisicamente e, assim proteger seus filhos o máximo possível da exposição à violência atroz do Nazismo. Nesse espaço ela registra por meio de um diário todas as malignidades vistas e sofridas naquele cenário de morte, seja com homens, mulheres, crianças, jovens ou velhos. Para os nazistas, se não fossem alemães “puros”, não eram nada.
Nossa geração só sabe dos fatos superficialmente por meio da história. Será que já parou para pensar ou tentar se colocar no lugar de Helene? Ter o marido desempregado porque sua cor da pele ou sua etnia diferente? Uma mãe consegue hoje ao menos imaginar o que é ter seus filhos ainda crianças, levados à força por serem considerados não puros.
Canções de Ninar de Auschwitz não se trata apenas de um livro, mas, de um documentário que nos leva a refletir sobre quem somos quando as atrocidades como o preconceito, a injustiça social, batem a porta do vizinho. Atitudes que tomamos como a indiferença revela quem somos e no “final do dia”, também nos torna cativos pela omissão. Afinal, os alemães puros passavam também escassez devido a um pensamento tirânico de um líder déspota.
Ao falar sobre Auschwitz, infelizmente me vem a mente as cenas de pessoas sendo presas por governadores e prefeitos em locais públicos em 2020 durante a pandemia. Como podem? Mas a nossa indiferença ou omissão diante dessas circunstâncias, poderá nos gerar consequências ao “final do dia”, pois o cidadãos de bem tiveram, a princípio, seu direitos de ir vir facilmente violados. Quem nos garante que da próxima vez não será mais fácil cercear e trancafiar ao bel prazer? Mas esse assunto é política e, sinceramente, vamos falar de livros, leituras e literaturas; a política partidária da forma que conhecemos ficará de fora desse meu paraíso. Acontece que o papel da história é relembrar o passado para que não repitam os mesmos erros no presente ou futuro.
“Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo”. Jorge Santayana (1863 – 1952)
“O contrário do amor não é o ódio, mas a indiferença. O contrário da beleza não é a feiura, mas a indiferença. O contrário da fé não é a heresia, mas a indiferença. O contrário da vida não é a morte, mas a indiferença entre a vida e a morte”. Elie Wiesel (1928 – 2016).
Autor: Mário Escobar,
Editora: Harper Collins. Rio de Janeiro, 2019.
Páginas:221
Felicidades!!!
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