Procrastinação

A procrastinação está relacionada com o atraso desnecessário e de forma até mesmo irracional para a realização de uma tarefa ou decisão que precisa ser tomada. Geralmente é acompanhada de um certo desconforto psicológico dotado de sentimentos negativos.

Já algum tempo queria escrever sobre esse assunto comportamental, mas estava exatamente procrastinando. Que triste não é? Pensando sobre a ação de procrastinar, é possível entendê-la, até certo ponto, como algo comum e até mesmo salutar. Sim, existem coisas que podemos e devemos fazer depois, em detrimento de outra que se apresenta como prioridade. A questão é quando o ato de procrastinar se torna um problema e, portanto, rotineiro.
Lembro-me de que enrolava ao máximo para realizar as tarefas escolares, quando fazia. Atrasava as atividades passadas pela professora frequentemente; demorava a cumprir as tarefas de casa e podemos parar por aqui. Quando se é criança e até na fase da adolescência é possível que o procrastinador não sinta os efeitos de quão danoso pode ser o ato de adiar tudo, ou grande parte das coisas que deveria fazer de imediato. O problema é que tais práticas costumeiras tendem o acompanhar na vida adulta. Quando adulto essa pessoa se vê diante das metas do trabalho, precisando redigir um texto, ir ao supermercado ou até mesmo consertar algo que está em sua casa danificado. Aquele que procrastina tem uma espécie de preguiça, um desânimo para realizar tarefas, que, diga-se de passagem, não desperta nele uma predisposição.
O comportamento procrastinatório pode ser difícil de ser modificado uma vez que proporciona um certo conforto temporário em um cotidiano repleto de demandas, incertezas e responsabilidades. Neste sentido ele é utilizado como estratégia de enfrentamento diante de tarefas que o sujeito tem aversão. Conforme Basco (2010), em sua observação clínica terapêutica cognitivo-comportamental, pode existir uma preocupação excessiva das pessoas com a própria capacidade de fazer as coisas corretamente; outras atrasam tarefas porque não querem ter de realizá-las; e ainda há aquelas que procrastinam porque não são organizadas e simplesmente não sabem por onde começar. Existem diferentes tipos de procrastinadores, mas quero levá-lo a refletir sobre a procrastinação de acordo com alguns motivos que podem ser examinados mais a fundo, como por exemplo: o desinteresse.
Refere-se à desmotivação quanto à realização da tarefa. Quando a tarefa a ser desenvolvida, não desperta o interesse motivacional da pessoa, esta tende a retardar a dedicação ao fato.Como exemplo, posso citar a disposição para jogar futebol, não me lembro na infância algum momento que estava indisposto para jogar futebol, bolinha de gude, queimada, dama, pipa; nada disso – já os para deveres escolares…Acredito que nas pessoas normais que a princípio não tem doenças que possam causar tais atitudes, a procrastinação será notada pela falta de estímulo no objeto apresentado que torna-se um hábito. O corpo só tende a querer fazer o que lhe convém e, portanto, o mais cômodo.
Falta de foco
Nesse caso, a falta de foco pode estar muito ligada aos sonhos e projetos. Em Alice no País das Maravilhas, Alice pergunta ao gato Cheshire: “Pode me dizer qual o caminho que eu devo tomar? – Disse o gato, isso depende para onde você quer ir. Eu não sei para onde ir – disse Alice. Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve”. A questão é que provavelmente alguma vez na vida você já pegou um caminho errado, então sabe quanta energia e tempo se perde até regressar ao caminho correto.
Ansiedade
Dizem que a ansiedade é o mal do século 21, acredito. O fato de estar ansioso, até certo nível é normal, contudo, o excesso leva a tentar realizar coisas em tempo recorde, assim, acaba por atropelá-las e logo já se encontra exausto para que se consiga concluir – então, fica para amanhã, afirma o cansado. Várias abas no site de busca do da internet são abertas desnecessariamente; o pior é que tais abas não tem nada haver com o trabalho que se pretendia desenvolver naquele momento.
Procrastina-se devido ao desinteresse, que por sua vez, não deixa ter foco, causado pela ansiedade na busca do realizar-se rapidamente, vindo a retardar o objetivo a ser alcançado. Geralmente comportamentos assim são mais percebidos durante a vida estudantil. Estudos verificados mostram que aproximadamente 80% dos estudantes procrastinam e, ocorrem prejuízos significativos em 50% desses jovens devido a essa procrastinação. Pesquisas ainda demonstram que na população de modo geral a procrastinação tem aumentado significativamente de forma a afetar de 15 a 20% das pessoas adultas.
Se não você, então quem? Se não agora, então quando?(Gary Herbert)
Essa frase tem martelado minha mente, era o slogan de e-mail que recebi há anos atrás, porém, todas as vezes que penso em deixar para depois algo que não terei como deixar de fazer, a escuto como um eco. Caso você seja uma pessoa procrastinadora uma das dicas é: interrogue a si próprio – quem pode fazer por mim?  Quem sabe a segunda pergunta possa ser – quando poderei fazer e o que fazer? Existem situações ou coisas às quais não se deve adiar, aí está o risco.  
Texto procrastinação publicado no site: https://globalizado.com.br/procrastinacao/
Fonte de referência de alguns dados estatísticos:
Revista Brasileira de Terapias Cognitivas 2013•9(1)•pp.34-41. Brito, Fernanda de Souza. Bakos, Daniela Di Giorgio Schneider.
Felicidades!
@welllivros

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