
As dúvidas de René Descartes (1596-1650) foram um marco na estrutura de questionamentos sobre tudo. Um legado que influencia diretamente a sociedade, mesmo após sua morte, até os dias atuais. Um dia se perguntou: “isso que percebo do mundo é real?” Nenhuma resposta o satisfazia, pois ele sempre encontrava uma brecha pela qual poderia estar sendo enganado. Por exemplo, não podia confiar em seus sentidos, pois há inúmeros relatos de ilusões de ótica e percepções enganosas das coisas.
Para se ter uma ideia do quanto Descartes levava a sério tais dúvidas e as analisava de forma metódica, “chegou a cogitar até que poderia estar sonhando e que, assim que acordasse, perceberia que tudo não passava de ilusão. Ou que poderia estar sendo iludido por um Gênio Maligno enviado por um deus enganador, que lhe forneceria ao espírito certezas matemáticas nas quais ele acreditaria, mas seriam falsas. Chegou a afirmar que 2 + 3 = 5 não passa de imaginação e, portanto, pode ser um engano” (Torres, 2016).
Desse modo, se deu conta de algo verificável da qual não podia mais duvidar – a sua única certeza era a dúvida – desta forma, duvidando, estava pensando, raciocinando no intuito de buscar respostas, o pensar torna-se a primeira certeza da filosofia cartesiana. Em latim, sua afirmação era o “Cogito, ergo sum”. A tradução literal seria algo como “Penso, então eu sou”, ou “Penso, portanto existo”. A forma como ela ficou conhecida, porém, é “Penso, logo existo”, considerando o “logo” típico da Lógica (DESCARTES, 1999).
A razão se tornou anterior a qualquer coisa; existindo antes de tudo, como fundadora da existência humana. A principal consequência dessa conclusão foi a fundação do racionalismo como uma importante corrente filosófica. Daí por diante no mundo das ideias tudo será questionado, posto a prova até que se prove concreto o seu conhecimento.