O que é envelhecer😏???

 

Não é tão simples assim de explicar. Dentro da Psicologia, o tema acerca da velhice pode ser verificado à partir da análise do comportamento e outras abordagens como: Psicanálise, teoria cognitivo comportamental e da abordagem fenomenológica existencial. Além disso, ainda é necessário analisar as representações sociais, os aspectos físicos, biológicos e cognitivos que envolvem o envelhecimento humano.

Ao contrário do que muitos jovens podem pensar, uma boa época para se refletir sobre a velhice é na juventude, refletindo-se assim, será possível melhorar as chances de vir a vivê-la bem quando chegar (Skinner e Vaughan, 1982, apud Picirilli, 2018) . Notável que não poucas vezes encontramos pessoas que dizem querer viver muito, mas ninguém deseja ser velho e, quem dirá pensar sobre o envelhecimento. A verdade é que essa fase da vida pode ser pensada com mais otimismo e havendo o processo normal da vida, ela vai chegar.

Sobre as relações sociais com seus paradigmas acerca da juventude e velhice, é importante refletir à partir da indagação de Confúcio (552 a.c – 489 a.c), quanto à sinceridade: “qual seria a sua idade se você não soubesse quantos anos você tem? – Seria capaz de responder com sinceridade? Nesse contexto vamos compreender que velhice é diferente de envelhecer. De uma forma simples, ao se referir à velhice faz-se menção a uma etapa da vida; já envelhecimento está diretamente relacionado ao processo, movimento dinâmico que compõe essa etapa (Torres, 2015 apud Picirilli, 2018). Por força do Estatuto do Idoso, criado no ano de 2003, de uma forma muito generalizada é considerado velho a pessoa com mais de 60 anos de idade. Calma, está tudo bem! lembre-se de teoricamente. Existem pesquisadores nesse campo de observação que definem para os fins desta etapa, três subgrupos de pessoas:

1) os idosos jovens que se referem geralmente a pessoas que possuem entre 65 a 74 anos, que costumam estar ativas; são pessoas muitas vezes cheias de vida e vigorosas;
2) os idosos velhos que são pessoas entre 75 a 84 anos;
3) os idosos mais velhos, pessoas acima de 85 anos – estes são propensos para maior fraqueza e para o acometimento de enfermidades, chegando a dificuldade para desempenhar alguma atividade diária.

Atenção: apesar dessa separação ser bastante comum, é importante ressaltar que as experiências contam mais do que as divisões etárias e estão relacionadas à subjetividade e ao contexto sociocultural (Picirilli, 2018). Como exemplo, registra que um idoso com 85 anos pode ser absolutamente ativo e cheio de vida, ao passo que outro com 75 anos pode estar muito debilitado e com dificuldades no desempenho de suas atividades. Logo, o primeiro pode ser considerado jovem, enquanto o outro pode ser considerado mais velho. Isto porque leva-se em conta outros fatores que influenciam na maneira como vivem, como a questão da saúde (física e mental), os aspectos culturais, as relações familiares, sua história anterior (uso de alguma substância, prática de esportes, etc.), além da questão da idade (Picirilli, 2018).

A compreensão dessa fase da vida é muito mais complexa do que se imagina. Não dá para simplesmente dizer que a partir de uma determinada idade a pessoa é velha, essa condição está além do recorte cronológico, que devem ser observados, assim como os fatores biológicos, sociais e a idade psicológica da pessoa – percepção, memória, aprendizagem e, a maneira com que cada um se avalia em relação ao outro de sua mesma idade. Perceber esses fatores expostos é fundamental para que mude a concepção de envelhecer em relação ao outro, mas sobretudo de si mesmo, afinal você muito provavelmente é ou será um idoso.

Para além disso, quem não conhece um? As perspectivas estatísticas mostram que o número de idosos no Brasil quadruplicará até o ano de 2060, segundo dados do IBGE (2013). Para se ter uma ideia, dados desse instituto apontam que em 2013 havia aproximadamente 14,9 milhões de pessoas com mais de 65 anos, representando 7,4% do total; em 2060 serão 58,4 milhões, representando 26% do total. Há também uma estimativa de aumento da expectativa de vida ao nascer de 75 para 81 anos” (Picirilli, 2018).

De fato, o tema sobre a velhice é bastante delicado e sobremodo relevante. Poderíamos abordar a velhice e o envelhecimento nos seus múltiplos contextos como na família, dos direitos, no esporte, no trabalho, na sexualidade, suicídio e muitos outros; dos quais oportunamente não devo me furtar, haja visto se tratar de um tema tão rico e que precisa ser refletido com extrema urgência e seriedade. A velhice ainda tece construções sociais que estigmatizam essa fase tão importante na vida, dado ao enaltecimento da juventude que gera preconceito de si mesmo e em relação ao outro, tirando a nossa capacidade de se projetar no futuro. Assim, por meio da informação correta e dos debates, devem ser desconstruídos por meio da valorização desse processo natural a todo ser humano, que começa a desenvolver quando ao nascer.

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