A Teologia Sistemática, possui uma centralidade para a ampla compreensão dos estudos bíblicos. Essa matéria teológica, de certo modo ainda desconhecida no meio cristão (embora a maioria dos cristão a utilize sem saber), é percebida com mais clareza quando o estudante de teologia busca melhorar seus conhecimentos para além de um curso tradicional.
Observando a divulgação dos estudos em teologia sistemática, percebo que fora do mundo acadêmico o conhecimento sobre o assunto ainda é tímido entre os cristãos. Não raramente ouvimos alguns pastores que assumem a postura de não serem simpáticos à teologia sistemática e sim da teologia bíblia. Sinceramente, não entendo. Ao meu ver existe uma incoerência nessa afirmativa que demonstra a necessidade da divulgação principalmente no meio evangélico do que é a teologia sistemática, como ela nasce e do que se ocupa; também mostrar os limites desta em todos os seus aspectos.
É preciso saber que não há teologia cristã que possa não ser bíblica – pelo menos não deveria existir. O primeiro ponto é que a teologia sistemática é uma teologia bíblica como princípio, em seus efeitos e, espera-se que na consequência. Seguindo o entendimento de Millard Erickson, a teologia sistemática se baseia em toda a bíblia. Em vez de se valer de textos isolados, ela procura desenvolver uma relação entre os vários textos, para unir os diversos ensinamentos num todo harmonioso e coerente. Nesse sentido, ela se relaciona com questões da cultura e do desenvolvimento geral; como exemplo, estabelece uma relação entre a visão das origens e os conceitos propostos pela ciência como: cosmologia, visões de natureza humana e conceitos da personalidade sustentada pela filosofia, psicologia, assim por diante.
A teologia sistemática, busca temas atuais para refutá-los à luz da bíblia procurando fazer uso da linguagem simples e culta na sua contemporaneidade; diga-se de passagem, não raras vezes a ciência, os pensamentos ideológicos se rendem às verdades bíblicas por meio dos pontos que a teologia sistemática esclarece. Obviamente nem tudo são flores. Ericson (2015), aponta que hoje há um perigo nesse relacionamento, “algumas teologias ao tentar lidar com questões modernas, fizeram novas afirmações sobre dados bíblicos de um modo que os distorceram. Assim é que conhecemos o verdadeiro perigo de modernizar Jesus”.
A Teologia sistemática precisa ser prática; significa que ela deve pregar, aconselhar, evangelizar. A teologia precisa ter uma relação com a vida e não apenas com a crença. A teologia busca de Deus para servir ao povo, logo, a teologia não é senhora e sim serva e está no meio da sociedade. No entanto, é bem verdade que a teologia não deve se preocupar com as dimensões práticas, uma vez que isso passa pela aceitação e, trata-se de “uma consequência da veracidade dessa doutrina, não o contrário” (Erickson, 2015).
Pode ser que esse certo receio da teologia sistemática por parte de alguns, seja o fato de que ela tem em seu escopo relação com pensamentos ou disciplinas externas à bíblia. No entanto devemos atentar que ter relação, dialogar, não é ser igual, se misturar ou muito menos concordar. Nesse caso, condenaremos as atitudes de Jesus em Samaria, entre os fariseus e, é exatamente ao exemplo de Jesus que a teologia sistemática dialoga. Logo, a preocupação do Teólogo Sistemático, no quesito divulgação da fé cristã, seja esse diálogo dentro da igreja ou fora, no intuito de dirimir os efeitos da desconfiança, as palavras de Wayne Grudem nos servem para melhor entendimento: “Teologia Sistemática é qualquer estudo que responda à pergunta “o que a bíblia nos ensina hoje?” Acerca de qualquer tópico.
Por fim, o teólogo sistemático envolve-se em compilar, entender todas as passagens relevantes da bíblia sobre vários tópicos, de tal forma que traga luz ao entendimento, levando o interessado a crer acerca de cada tema. Sem dúvida é a forma mais antiga de se fazer Teologia.
Sobre a Teologia Sistemática

Muito bem eu gostaria de saber mais 🤔
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