Entre a Teologia e a Militância

Fico triste quando vejo algumas pessoas, que se denominam teólogos tentando fazer da teologia um campo da filosofia, uma militância política. Esses que assim procedem, acabam confundindo o verdadeiro foco da teologia.

Na essência, obviamente, a teologia precisa ser multidisciplinar, ou seja, dialogar com outras ciências. Porém, existem outros campos do saber  que devem exclusivamente se ocupar das questões terrenas concernentes ao meio ambiente, ao comportamento social, etc.  Nesse caso, não significa que a teologia deva ignorar a vocação do homem com Deus, consigo mesmo, com o próximo e com a natureza, ou seja, a relação como ser espiritual, o ser pessoal, um ser que se realiza em conexão com o outro, e, um ser dependente da natureza/meio ambiente. 

Essa contemplação revela uma beleza harmoniosa e a realidade de quem Deus é. Ignorar esses sentidos é demonstrar não conhecer as escrituras. No entanto, a centralidade da teologia não está no homem, nem na sua relação com o próximo e muito menos na natureza (plantas, animais,etc.). A teologia é o estudo sobre Deus, acerca da pessoa de Deus e não sobre as coisas de Deus, a priori. Deus já instituiu, permitiu o conhecimento do homem para outras ciências: antropologia, sociologia, psicologia, etc, para que se ocupasse prioritariamente do ser humano no projeto natural.  

Confesso que tenho dificuldades com os pensamentos de esquerda no Brasil, ligados ao marxismo principalmente.  Outra dificuldade que tenho é escutar pessoas que por anos moram fora do país falarem como estivem vivenciando, achando que por mais antenados que estejam nos fatos que aqui ocorrem, podem sentir-se e saber o que é melhor para a nação que dizem amar. Há exceções, é claro! Estas ocorrem por diversos motivos. No primeiro caso, procuro ouvi-los e logo questiono de que igreja como instituição estão atuantes, quais são os reais e verdadeiros objetivos; seus títulos e ordenações; o que se ganha e quais seus interesses.

Ninguém é tão ruim ao ponto de não fazer algo de bom, porém, o contrário é verdadeiro; ninguém é tão bom que em muitos momentos na vida não pense em si primeiramente.

Na maioria dos casos não possuem igreja, fazem parte de ONGs sustentadas por certos governos, costumam nem ser protestantes e pior, as vezes são pastores e líderes que professam uma fé cristã protestante, crentes em Jesus Cristo, idolatram tais homens com sua causa própria, seus interesses próprios, às vezes chegam ao ponto de se esconderem em outros países. Obras sociais, sim fazem, mas, sobre essa luta ignoram as espirituais concernente  aos pilares da fé cristã. Falta referência à Escritura como ela é. Às vezes, procuram exaltar pessoas que se dizem teólogos  e, ouvir da boca de um cristão protestante, que um teólogo excomungado da igreja católica, não evangélico, é o melhor teólogo do Brasil, parece-me ofensivo.

Há muitos teólogos que não são evangélicos e que são cristãos católicos exemplares, estão longe de uma militância patética e de interesses escusos alinhados ao apoio de criminosos. A tarefa do teólogo é estudar sobre Deus, sua ação no homem e na natureza, sim, mas deve-se militar de acordo com a palavra de Deus e jamais esquecer seus princípios e ordenanças e, quem é seu Senhor. Lembrar-se que a missão é ensinar, pregar a palavra, seja em qualquer lugar, devendo concentrar-se em Jesus e no Reino dos céus, essa deve ser a sua maior luta. Nesse caso, ele está envolvido com a teologia. Precisam estar envolvidos com o estudo, a sistematização dos temas os quais a bíblia se ocupa para que o homem no mundo caótico encontre a Deus e a sua salvação. Precisam ter fé em Deus e professar a Cristo como Senhor, do contrário serão míseros filósofos (teólogos acadêmicos).  A militância da teologia deve ser por conscientização de quem Deus é, e não por aquilo que Deus criou. Para isso existem as outras ciências.

O fato de alguém ter andado com o Papa, orientado por grandes expoentes históricos, não o faz adequado a uma referência ilibada e bíblica. Embora o teólogo não seja alheio às obras da criação de Deus e  nas questões sociais como: a desigualdade, fome, corrupção, meio ambiente e outras causas, essa,  não é a sua militância. Não é por esse caminho que o teólogo deve se enveredar. Antes, deve deixar este papel com a geografia, geologia, antropologia, sociologia, filosofia, a psicologia, biologia.  O pensamento teológico deve ser centrado na bíblia sagrada. Obviamente, a teologia deve-se servir desses estudos assim como a matemática, a física e a química se alinham, não deixando de ser o que é. A teologia deve se ocupar, em primeiro lugar, da conexão do homem com Deus por meio de Jesus Cristo e não da botânica. Estes que assim procedem perderam o foco do plano de Deus e a lucidez pelo Espírito Santo que revela ao homem o seu pecado com a natureza a fim de que santificado, a respeite. Não existe mãe natureza, e sim, o Pai de todas as coisas – Criador. 

Ao cristão não é cabível, apoiar o aborto resultante de uma irresponsabilidade. Também não é possível ao cristão pautas que apoiam a união entre pessoas do mesmo sexo, não confundam o não apoio a causa, com a discriminação à pessoa – este ultimo é inaceitável e anti-cristão. Biblicamente é impossível o cristão apoiar pautas contra a bíblia e pessoas que não compartilham da fé, ademais, são declaradamente inimigos da obra cristã. Quais são seus reais interesses? Quanto, ainda que indiretamente, esse tipo de governo paga por sua causa? Será que essa causa de fato tem haver com o evangelho de Jesus como a Bíblia diz? A quem de fato essas pessoas servem? São perguntas que sempre me indago. É como o político ateu, que vai à missa ou no culto durante a campanha política.  

Ao proferir uma Fé é preciso que revele-a em obras, pois são essas que evidenciam tamanha fé. Porém, atacar autoridades, suscitar o ódio, aliar-se aos pensamentos contra a igreja, escondidos em sofismas, isso revela o quanto distante de Cristo se está. Se formos sinceros, veremos que na atual conjuntura do país, corremos o risco de perceber que as pessoas que disseminam pensamentos de ódio, tiveram seus fartos “sacos de dinheiro confiscados”, e consequentemente precisam restabelecer a era de ouro da farra. Dividir de igual modo é apenas um discurso, não uma verdade quando assunto envolve a “minha parte”. 

Por fim, aqui não faço um julgamento de valores dizendo que a forma de pensar expressada no texto é a centralidade da razão, obviamente não, mas se trata do eixo fronteiriço entre a teologia e a militância política, partidária do maior benefício próprio; isso vale aos de direita também e seus fundamentalismos. Precisamos ser maleáveis, ouvir uns aos outros, colocar na mesa o verdadeiro interesse de ambas as partes no mundo em que apenas o “eu” interessa. Deve-se o homem “examinar a si mesmo”. São pensamentos expostos e, a única e exclusiva oposição aqui apresentada, está relacionada aos caminhos que querem levar a uma teologia fragmentada, fazendo-a um instrumento de luta ideológica para coisas que são perecíveis e que apocalípticamente serão queimadas. Se urgentemente não anunciarem aos homens acerca da sua salvação do Reino preparado a eles por Cristo, certamente muitos serão queimados com a terra e suas composições. Infelizmente, com o esfriamento, multidões já perderam essa mensagem em suas mentes. 

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