DEUS ESTÁ TRABALHANDO

Fico meditando sobre o Rei Davi, de quando Deus falava e o chamava de homem segundo o “Seu coração”. Tratava-se de alguém rico dono de um império, com homens leais, experimentado e General de guerras. 

Exatamente o fato de Davi ser esse homem com tantos atributos, um verdadeiro Rei, poderoso, me alegro quando vejo que mesmo sendo quem era, sofria de angústias, medos, frustrações, solidão, ansiedade, enfim, todos os males físicos ou da alma que nós também nos sujeitamos e, por vezes achamos ou agimos como se somente o eu como indivíduo sofro. 

Se olharmos as notícias ao redor, se conversarmos com as pessoas, veremos que não se trata de ser o eu, mas se trata de ser o humano, sua natureza humana. Os meus problemas são os mesmos problemas que os outros já passaram, estão passando simultaneamente ou irão passar, em diferentes proporções, independente de lugares. Obviamente, pode ocorrer em nossa mente a ideia de que nunca vai nos acontecer isso ou aquilo especificamente, tudo bem, acontece que solidão, medo, angústia, dor, perda e outros sentimentos devido a inúmeras situações, não conhecemos ninguém que não tenha enfrentado em determinado momento da vida. Ah, e sim, inclui-se em “ninguém” a pessoa de Jesus. Ele também passou por tudo isso.  

Acerca de Davi um dos salmos mais lindos da bíblia que por vezes me apego, é o Salmo 42, que embora esteja atribuído a um dos filhos de Corá, é muito a cara do Rei.  

Salmos 42

1 Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus!2 A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?3 As minhas lágrimas servem-me de mantimento de dia e de noite, enquanto me dizem constantemente: Onde está o teu Deus?4 Quando me lembro disto, dentro de mim derramo a minha alma; pois eu havia ido com a multidão. Fui com eles à casa de Deus, com voz de alegria e louvor, com a multidão que festejava.5 Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação da sua face.6 Ó meu Deus, dentro de mim a minha alma está abatida; por isso lembro-me de ti desde a terra do Jordão, e desde os hermonitas, desde o pequeno monte.7 Um abismo chama outro abismo, ao ruído das tuas catadupas; todas as tuas ondas e as tuas vagas têm passado sobre mim.8 Contudo o Senhor mandará a sua misericórdia de dia, e de noite a sua canção estará comigo, uma oração ao Deus da minha vida.9 Direi a Deus, minha rocha: Por que te esqueceste de mim? Por que ando lamentando por causa da opressão do inimigo?10 Com ferida mortal em meus ossos me afrontam os meus adversários, quando todo dia me dizem: Onde está o teu Deus?11 Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, o qual é a salvação da minha face, e o meu Deus.

Não é que lembra muito a Davi? Quando no Salmo 23, 91 ou 90 dependendo da sua bíblia, e ainda o Salmo 121??? Quando lembro-me dos feitos do SENHOR em meio ao povo de Israel, fico a pensar como conseguiram viver, mais adiante, nos 400 anos aproximados em que Deus se calou. Onde estava a fonte de inspiração, em que o povo se refugiava? como a tradição oral não se aniquilou, é bem provável que o povo sentia uma falta enorme da presença e da voz de Deus por meio dos profetas, no meio deles. 

Antes de Deus entrar em silêncio, o povo de israel havia passado por um cativeiro, um regime de escravidão babilônico doloroso, mas Deus ainda falava, havia uma espectativa e uma promessa certeira do fim da sujeição ao inimigo. Porém, tendo como último profeta pós exílico o profeta Malaquias, sendo esta a última vez que, segundo registro, o povo ouviu uma mensagem diretamente de Deus por voz de um profeta consagrado, ficaram por conta da imaginação e na consolação, tornaram-se um povo sedento por uma palavra de Deus. O povo estava à deriva e decepcionado, certamente poderiam dizer:”como suspira a corça pelas correntes d’agua, assim por ti ó Deus suspira a m’alma. Um dos maiores milagres da providência divina é a revelação de Deus aos homens e, isso lhes faltava. Quão duro fardo essa sociedade estava a carregar. Quem aliviaria tamanho fardo, pois, nem mesmo o homem em toda a sua sabedoria é capaz de curar-se a si mesmo, naquilo que só Deus tem a chave quando tudo parece o fim. 

Precisamos reverenciar o SENHOR da promessa, porque embora tenha ensinado o povo por meio do silêncio, por amor, findou-se o tratamento, enviando o bálsamo à vida humana por meio de Jesus seu filho. Uma das características que nos permeia em muitas situações da vida é a nossa ingratidão. Por meio de Jesus, homens e mulheres precisam agradecê-lo, por nos amar de tal modo, de tal forma, que não vai mais se calar mesmo diante da nossa rebeldia. Homens e mulheres precisam ser gratos espiritualmente, pois ele foi o sacrifício que perdoou a nossa dívida para com Deus, o nosso pecado, precisamos ser gratos socialmente, pois ele deu esperança ao homem, dignidade às mulheres, e libertação à pessoa que por ventura esteja sob as amarras de qualquer tipo de cativeiro.

Lembre-se quantas vezes estava diante de uma situação-problema e pensou que o amanhã não existiria para você. No entanto, aqui estás. Nada é tão trágico para aquele que decide viver e encarar cada dia o seu mal. As tempestades nos tornam mais experientes, nos tornam mais fortes. E nela, ainda assim Deus fala e ouve-se a sua voz. Hoje o amor de Deus é tão forte diante das adversidades humanas, que até o Silêncio de Deus é barulhento na mente daquele que o espera. Não é às vezes, mas sempre.

A clareza do que acaba de se afirmar é, entender que Deus é aquele que jamais fará as coisas conforme nós pensamos, antes fará conforme ele quer, Ele sabe como deve ser feito, de forma tal que nos ensina e faz crescer, mas ao mesmo tempo revela o seu amor e o seu poder para com aquele que persevera e confia Nele. Claro, a mente não para, na inquietude da busca de saber quando é o fim da agonia – esteja certo que haverá um fim, ele virá ao nosso encontro. Enquanto Ele trabalha para se manifestar, o nosso alimento precisa ser a fé. Pois,  Ele “faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor”. Na peleja,  “os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem” , mas o diferencial não está na força individual de cada um, nem o quanto é velho ou novo, mas sim, na esperança; “os que esperam no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam”.

Deus abençoe sua vida, e obrigado por ler este texto. 

Wellerson Baptista

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