Recentemente, para a disciplina de Psicologia e Comunidade tivemos que discutir sobre o tema da violência, dentro da perspectiva da psicologia social. Acontece que não se debate violência, como se discute futebol. O problema da violência é crônico na sociedade, e envolve o ser como indivíduo e como grupo social. O que se propôs a discutir então é a afirmativa de Rousseau ao dizer que quando criança somos piedosos, porém, com base no entendimento de Rousseau, a dúvida social seria, como pode então ou, o por que muitos adolescentes cometem atos infracionais ou, por que pessoas cometem violência?
Um dos conceitos de violência que pode ser encontrado, é que a violência trata-se de “um fenômeno que tem como característica fundamental o uso intencional e desejado da agressividade para fins destrutivos, em uma relação de poder caracterizada como assimétrica – entre pessoas, etnias ou nações – em que uma das partes está ou se pretende que esteja subordinada, subjugada” (TRASSI; MALVASSI, 2010, p. 44). Nesse sentido cabe-nos entender que a violência é intencional e depende da consciência do eu e da negação do outro enquanto sujeito. Mas Rousseau acredita que o homem, quando criança, é piedoso por natureza e usa sua agressividade somente para se defender do ambiente.
Ao mesmo tempo que Rousseau afirma que “o homem, quando criança, é piedoso por natureza”, ressalta que este “usa sua agressividade somente para se defender do ambiente”. Para o autor, “a violência, portanto, é um produto do desenvolvimento social que é instaurado, também, com a propriedade privada – pois a partir dela se estabelece as desigualdades sociais e a sociedade acaba se corrompendo”. Ruiz (2009, p. 54-55) apud Almeida (2010, p. 18), compreende que “a agressividade é da ordem do biológico e não apresenta a intencionalidade da violência, que é humana e depende da consciência do eu e da negação da alteridade do outro”. Rousseau ao afirmar que o homem, quando criança, é piedoso por natureza; não se opõe à agressividade biológica destacada por Ruiz e Almeida, (2009/2010).
Para a Psicologia, a agressividade é uma forma de desequilíbrio psíquico que se traduz por uma hostilidade permanente diante de outrem. Verificado no dicionário, a agressividade é uma tendência a atacar. A literatura observada, nos remete às considerações de dois autores (as) Andrade e Bezerra Jr (2009) dizendo que: “é necessário compreender a questão da violência em suas múltiplas facetas, e não a partir de uma análise isolada de fatos violentos. Ela deve ser entendida como um fenômeno em rede, no sentido de que não há uma única razão que a desencadeia, mas, inúmeros fatores emaranhados e interligados”. É a partir de então que se deve refletir ampliando a visão acerca do tema, entendendo que no escopo destes problemas relacionais e sociais enfrentados pelo homem, existem ações que devem ser analisadas e entendidas de forma individual e coletiva.
A violência não é um conceito simples de se explicar, observado o sentido da palavra, segundo o portal de Sociologia, a violência se define como “uma ação que gera, de maneira intencional, dano, ou intimidação moral, a outro indivíduo ou ser vivo”, o que corrobora com o primeiro parágrafo introdutório. Ao definir a questão como “o uso intencional e desejado da agressividade para fins destrutivos”, esse pode ser o eixo que demonstra e registra a violência como um fenômeno que veio a tornar-se “uma questão mundial de saúde pública, pois afeta significativamente a qualidade de vida das pessoas”.
Por fim, nos dizeres de Rousseau sobre a afirmativa de que “a agressividade é da ordem do biológico e não apresenta a intencionalidade da violência”, subtende-se que a ação é resultante do fator agressividade, evoluído para uma ação de causalidade social – por isso para Rousseau a violência é um produto.
Sugiro que, caso interesse pelo assunto, faça a sua pesquisa sobre o assunto e se gostou dessa breve introdução, comente. Abraços!!!